Aquilo que é eterno se perpetua através de dor e cicatriza em cores - Fere a superfície mas subsistem pelo colorido duradouro da pintura. Como gravura doce sobre a pele, resultante de traços trilhados por agulha e íris.
Esse é meu significado de eternamente. Inalterável - feito tatuagem.
sábado, 30 de abril de 2011
quinta-feira, 21 de abril de 2011
Ser criança não é besteira
Que coisa engraçada. Brincar é engraçado, não ter vergonha de por alguns instantes ser idiota também é engraçado. Diria mais, ser idiota é bonito. Acho bonito não ter vergonha de deixar um pouco de lado aquela maturidade que nos exigem o tempo todo. Que graça tem isso?
Poucos sabem reconhecer um sorriso de verdade.
Estamos brincando que nascemos agora. Brincamos um pouco mais do que a conta. Brincamos que não há contas, não há tarefas, não há encargos. E ainda podemos escolher o que vamos ser quando crescer.
Achamos graça um do outro. Fazemos piadinhas sem graça e essas são as melhores que o KD sabe contar. Rimos o tempo todo. Um com o outro. E nessa brincadeira formamos um par de três alianças.
Sinceridade. Acho que poderia te chamar assim. Você conquista nossos sorrisos com o mais simples possível, parece realmente uma criança. E quando se junta só sai besteiras vezes três. Que coisa engraçada, não? Parece que realmente nos conhecemos desde de antes. E não de agora.
Amizade gosta dessa coisa de sicronia. Escolhe a dedo aquele que combina com a gente, é minimalista nos detalhes. É riso, é preocupação se está tudo bem com a gente, é ligação de meia hora para dois celulares, é saudade de quem mal começou e de verdade solúvel à água dos olhos.
Quando vem de dentro, um sorriso reconhece de imediato o outro. Alguém precisa ter coragem de não envelhecer nesse mundo e de ser criança assim como você, com essa mania de tornar tudo mais verdadeiro.
Para vc meeeenha PEEEranhaaaaa (Kennedy) :D
Poucos sabem reconhecer um sorriso de verdade.
Estamos brincando que nascemos agora. Brincamos um pouco mais do que a conta. Brincamos que não há contas, não há tarefas, não há encargos. E ainda podemos escolher o que vamos ser quando crescer.
Achamos graça um do outro. Fazemos piadinhas sem graça e essas são as melhores que o KD sabe contar. Rimos o tempo todo. Um com o outro. E nessa brincadeira formamos um par de três alianças.
Sinceridade. Acho que poderia te chamar assim. Você conquista nossos sorrisos com o mais simples possível, parece realmente uma criança. E quando se junta só sai besteiras vezes três. Que coisa engraçada, não? Parece que realmente nos conhecemos desde de antes. E não de agora.
Amizade gosta dessa coisa de sicronia. Escolhe a dedo aquele que combina com a gente, é minimalista nos detalhes. É riso, é preocupação se está tudo bem com a gente, é ligação de meia hora para dois celulares, é saudade de quem mal começou e de verdade solúvel à água dos olhos.
Quando vem de dentro, um sorriso reconhece de imediato o outro. Alguém precisa ter coragem de não envelhecer nesse mundo e de ser criança assim como você, com essa mania de tornar tudo mais verdadeiro.
Para vc meeeenha PEEEranhaaaaa (Kennedy) :D
sexta-feira, 15 de abril de 2011
E a mentira, a falsidade, as máscaras e tudo mais que aparentemente é mais cômodo e bonito irão permanecer. Por mais que questione e diga que ser o que é, independente de ser errado ou não, é mais válido.
Ninguém aprende. Esse povo que pede verdade na cara muitas vezes não aguenta o tapa que ela dá, portanto vão sempre preferir o que é bonitinho de se ver, cheio de florzinha e maquiagem, porque no fundo quando aponta o errado e o feio no outro, está tocando na verdade na própria ferida. E dói.
Ninguém aprende. Esse povo que pede verdade na cara muitas vezes não aguenta o tapa que ela dá, portanto vão sempre preferir o que é bonitinho de se ver, cheio de florzinha e maquiagem, porque no fundo quando aponta o errado e o feio no outro, está tocando na verdade na própria ferida. E dói.
segunda-feira, 11 de abril de 2011
sexta-feira, 8 de abril de 2011
quinta-feira, 7 de abril de 2011
Três de Abril
Os anos tem passado para nós duas. Nós vemos os anos passar uma do lado da outra e nos pegamos recordando dos dias passados sempre ao mesmo tempo. Amizade tem algo de louco. Insano. Vivemos juntas há seis anos, há doze nos conhecemos.
O tempo passa rápido para com os outros, para gente também, mas ele não morre. Ele está vivo em nós. Bonito, delicado e minucioso. Sempre detalhista. É como ficar o dia inteiro dentro de casa e sem perceber ver que anoiteceu.
"Já anoiteceu!" é uma das expressões mais bonitas. Já anoiteceu significa que não controlamos o tempo, nem as horas, é curtir a companhia sem prazo de tempo, sem prazo, sem pressa. Já anoiteceu é sinônimo de alegria, e de esquecer o que acontece lá fora por aquilo que carregamos dentro.
Viver uma para com a outra sem se dar conta do mundo e ao mesmo tempo conquista-lo e controla-lo, tornando-o muito mais fácil de se atravessar. Ser amigo é anoitecer. É quase perguntar: "como chegamos aqui?"
Eu respondo: Não notamos. Anoitecemos. Nós nos sustentando. Com os ombros, com as mãos, com o coração. Preocupadas uma em olhar a outra.
É certo que vamos envelhecer. Ano após ano, e é bom que seja assim, que os anos passem, mais um ano é o mesmo que, mais doze meses ao seu lado. É certo que todos vão envelhecer, menos você para mim (ou vice-versa) Não vamos envelhecer, porque a amizade perdoa o tempo. As rugas, os vincos, os cabelos grisalhos, nada disso virá pra quem ama.
Impossível escolher uma única lembrança alegre de nós.
Difícil selecionar. Não há como escolher, não é porque faltam lembranças boas, sobram lembranças boas, e não desejo injustiçar nenhuma delas. Na verdade nossa memória tornou-se uma só recordação. Ininterrupta. Perdas, festas, intimidade, risos, brincadeiras, dores, superações, tudo está junto. Misturado.
Anoiteceu de novo. Chegamos aqui para comemorar mais um ano seu, e eu estou aqui e você está comigo, esse é o nosso maior presente.
Portanto te desejo saúde, paz e um par de asas. Que tudo aquilo que não entendas seja contado, que você não consiga sofrer sozinha e comigo divida inteiramente. Que a felicidade, a gente constrói. E parabéns pra você, por você apenas. Por você ser linda assim e tornar seu aniversário apenas um detalhe para lhe dar os parabéns e dar apenas aos outros duas opções naturais de ti: te amar e amar.
Feliz aniversário, minha linda flor!
O tempo passa rápido para com os outros, para gente também, mas ele não morre. Ele está vivo em nós. Bonito, delicado e minucioso. Sempre detalhista. É como ficar o dia inteiro dentro de casa e sem perceber ver que anoiteceu.
"Já anoiteceu!" é uma das expressões mais bonitas. Já anoiteceu significa que não controlamos o tempo, nem as horas, é curtir a companhia sem prazo de tempo, sem prazo, sem pressa. Já anoiteceu é sinônimo de alegria, e de esquecer o que acontece lá fora por aquilo que carregamos dentro.
Viver uma para com a outra sem se dar conta do mundo e ao mesmo tempo conquista-lo e controla-lo, tornando-o muito mais fácil de se atravessar. Ser amigo é anoitecer. É quase perguntar: "como chegamos aqui?"
Eu respondo: Não notamos. Anoitecemos. Nós nos sustentando. Com os ombros, com as mãos, com o coração. Preocupadas uma em olhar a outra.
É certo que vamos envelhecer. Ano após ano, e é bom que seja assim, que os anos passem, mais um ano é o mesmo que, mais doze meses ao seu lado. É certo que todos vão envelhecer, menos você para mim (ou vice-versa) Não vamos envelhecer, porque a amizade perdoa o tempo. As rugas, os vincos, os cabelos grisalhos, nada disso virá pra quem ama.
Impossível escolher uma única lembrança alegre de nós.
Difícil selecionar. Não há como escolher, não é porque faltam lembranças boas, sobram lembranças boas, e não desejo injustiçar nenhuma delas. Na verdade nossa memória tornou-se uma só recordação. Ininterrupta. Perdas, festas, intimidade, risos, brincadeiras, dores, superações, tudo está junto. Misturado.
Anoiteceu de novo. Chegamos aqui para comemorar mais um ano seu, e eu estou aqui e você está comigo, esse é o nosso maior presente.
Portanto te desejo saúde, paz e um par de asas. Que tudo aquilo que não entendas seja contado, que você não consiga sofrer sozinha e comigo divida inteiramente. Que a felicidade, a gente constrói. E parabéns pra você, por você apenas. Por você ser linda assim e tornar seu aniversário apenas um detalhe para lhe dar os parabéns e dar apenas aos outros duas opções naturais de ti: te amar e amar.
Feliz aniversário, minha linda flor!
segunda-feira, 4 de abril de 2011
Mais um outono
Em noites um tanto quanto frias como essa, de outono, você vem chegando, se reaproximando na memória. Você vem puxando assuntos e me cobrando dúvidas que lhe causei. Olha, não foi por mal, sabe? Mas foi o que rolou: o mal se deu. Num gesto, eu destrocei tudo. Rasguei aqueles nossos mapas com os dentes, sorrindo com aquele sorriso doentio de quem pouco sabe o que faz, mas sabe que faz e faz com aquele gosto venenoso, por detrás das máscaras da intenção, o ato de apagar os trajetos nossos. Qual intenção! Foram tantas as intenções, algumas eu tive que destruir - corroer, corromper, cogitar, coagir, copiar, corrigir. Você não me corrigiu, embora - não me recordo se sim ou se não - tivesse tentado e com todo o esmero. Eu fui e você foi, ou então eu fiquei e você foi. Vai ver nada disso: fomos ver outra coisa, os dois. A coisa que a gente procurou/procurava/procura. De vez em quando, me vem na cabeça umas ideias meio loucas, meio chapadas. Quando em vez, me sobe umas vontades que nem me dou ao luxo de publicar. Sabe, de repente. Certos segundos são de se ir ou de se voltar - eu não sei se vou ou se fico, nessa viagem toda louca e desleal. Mas, como minha alma não me deixa perder o foco do que sinto, continuo a dizer, firmemente, que sim, me chega uma vontade de, assim, como quem nada quer e como quem tudo quer e ao mesmo tempo e agora, de saber de você. De te ligar, não. Medo da sua voz é sina certa para ouvidos como esses os meus, entupidos de remorsos e dúvidas interrompidas e confusão alimentada. Não, não quero e nem tenho a vã pretensão de te ligar. Isso nunca. Mas dá vontade de saber de você, de saber por onde você anda, em que meios você se dá, pra quem você se dá e quando se dá, quais são os seus medos novos e qual é o seu mais novo orgulho de ser, e pra quem destinado ele o é.
Dá vontade de saber de você, de ver tua cara, de te mandar carta e ler resposta, resposta que me responda quem tu és, nos dias presentes. Dá vontade de te mandar carta, escrita de meu próprio punho. Ou não: talvez eu tenha mesmo é vontade de mandar carta em branco; colocar no papel tudo que eu não sou capaz nunca de te dizer - por falta de coragem ou por excesso de faltas para contigo e vice-versa. Vontade de te mandar carta em branco e nela caber todo esse meu infinito silêncio frio e emocional, que há de dizer, talvez, muito mais do que supõe a sua oratória infinita do “ser ou não ser”. Lembra disso tudo? Você não parava de falar, não se contentava em nada dizer - você queria propagar e sempre, algo. Algo que nem mesmo você devia saber o que era, mas sabia que era. Sabia que era algo bom, algo honesto, inteligente, moderno, eterno. Você sempre tão lindo, porém nem sempre tão justo, dizia-me coisas de que não me recordo agora. Mas eu me lembro que, em meio àquelas coisas todas de que não lembro, eu encontrava e abraçava com o melhor de você que residia em você e desenhava e redesenhava você, cada vez mais bonito e simétrico em sinceridade menos óbvias aos olhares distraídos de todos aqueles outros e outras, que te queriam noite de verão que passa e vira lembrança de devaneio qualquer, de veraneio. Eu, não. Eu te sacava, e te abraçava o corpo inteiro, nos dias de frio com chuva gelada. Era quando ventava forte - frio e cortante - e a gente se abraçava, quase que planejando alguma espécie de fusão de sonhos, será que entende? Era tudo diferente: você e eu. A gente se desencontrou em alguma hora. Faz tempo. Agora eu não vou saber dizer o que deu de errado. Ou vai ver nem nada deu errado, vai ver o certo era isso tudo aqui mesmo: você lá e eu aqui.
Não sei mais de você, nem do que você pensa. Se é que você pensa algo passível de minha imaginação vadia supor que você, de fato, pense. É tudo suposição que é devaneio de uma mistura completamente entorpecido de brisa fria e nostalgia. Não deve nem ser saudade e, se for, que seja. Que tudo seja o que é. Sem esse papo de que “não é pra ser” ou “não pode ser”. Nada disso. Foda-se esse discurso todo. Sentir é complicado. É profundo, bem profundo. É maré cheia, é outra vibe - sentir é um oceano imenso de possibilidades inacreditáveis. É de ficar doente, embriagado, louco e tolo, essa coisa toda do sentir. Mas a vida é foda, mesmo. Não tem como supor corretamente nada. O certo seria não supor nada. Nada, absolutamente. A vida nem sempre sabe o que quer da gente. A gente, às vezes, passa anos e anos a fio, a se perguntar “o que quero eu da vida?”, enquanto nem sempre as coisas da vida dependem do nosso querer sobre ela. Em algumas vezes - mas só em algumas vezes - a vida é que tem que se perguntar o que quer ela de nós. O pior destino, é quando nem a vida e nem a gente quer nada. Aí o vazio ocupa espaço e o resto não vira história, apenas o silêncio. Silêncio, como a tal carta que eu mandaria, tivesse eu coragem o bastante, para você. Na carta, nada escrito, apenas uma página em branco, ou até mesmo duas, quem sabe três. Na carta haveria apenas o meu siêncio mais bonito, delicado e dedicado, para você. Mas acho que você não gostaria ou então não entenderia, sei lá. Você gostava tanto de falar e das palavras e dos sentidos e de tudo que fazia claramente sentido. Acontece que essas noites frias, qual essa a de agora, me lembram muito você; me trazem recordações de várias épocas de minha vida, até mesmo as de quando eu nem o conhecia, mas até mesmo essas épocas são muito você. Tudo assim, bastante você, no cheiro e na cor.
Acho que no final da carta em branco que te mandaria, eu desejaria parabéns ou, não sei, não sei o que desejaria, na verdade eu fico meia perdida sem saber o que se deseja num dia como este, numa situação como esta e numa coisa que a gente não sabe se quer a definição, mas pelo sim ou pelo não, lhe desejaria parabéns do mesmo jeito, bem no cantinho do finalzinho da segunda ou terceira página, sei lá. Só para você saber que eu muito sinto, e de verdade. E que eu me importo, sim, se tu és ou não és feliz.
sexta-feira, 1 de abril de 2011
Por si só
Os dias passam mais lentos e rápidos como em um contraste perturbador e tranquilo. Desatada, embora com um nó - que dilacera, invade, corrompe e se descreve espontaneamente. Não sei onde vai dar, aonde está se dando, aonde se quer dar. Volte e meia, que em meia volte em meio a minha distração. Em bora (se foi) frio embora quente, chega e me arde, me derrete.
Sou taça de vidro que efeita, a que se enche de bebida e se embriaga, que se parte e se quebra sem cuidado. Pare de sair, entrar em devaneio e fingir que tudo se perdeu, teus olhos ainda se encaixam e vislumbram sem defeitos permanentes. Pare de fingir que não me entende e que não entende porque eu estou de volta. Isso era para se bastar.
Me confundindo para te confundir. Sem saber do que eu insisto em dizer, sem cais, sem porto, sem dizer, sem você. Não me mata mais, não me dói, voa. Está próximo, chegue mais, deixa eu dizer no seu ouvido que, eu não quero você tão perto. Vai, canta, me desencanta. Não se faça tão bom nem me faça tão bem. Te quero pra sempre, que suma de vez. Não pague pra ver o quanto eu sou burra, de novo. O quanto eu sou frágil e fraca de tão forte. O quanto eu sei de tudo, do que fazer, por pensar demais e calcular meu atos. Sou muda. Falo muito; Mesmo; Calada. Você me entende tanto que se nega e se cala, e, me pergunta demais. Meus traços se reflete nos seus. Seus gestos e jeito se descrevem em um prisma diante de mim. Meu manual é simples e prático demais para eu ser tão clara. Um reflexo. Como se isso me correspondesse de certa forma ao seu.
Sou taça de vidro que efeita, a que se enche de bebida e se embriaga, que se parte e se quebra sem cuidado. Pare de sair, entrar em devaneio e fingir que tudo se perdeu, teus olhos ainda se encaixam e vislumbram sem defeitos permanentes. Pare de fingir que não me entende e que não entende porque eu estou de volta. Isso era para se bastar.
Me confundindo para te confundir. Sem saber do que eu insisto em dizer, sem cais, sem porto, sem dizer, sem você. Não me mata mais, não me dói, voa. Está próximo, chegue mais, deixa eu dizer no seu ouvido que, eu não quero você tão perto. Vai, canta, me desencanta. Não se faça tão bom nem me faça tão bem. Te quero pra sempre, que suma de vez. Não pague pra ver o quanto eu sou burra, de novo. O quanto eu sou frágil e fraca de tão forte. O quanto eu sei de tudo, do que fazer, por pensar demais e calcular meu atos. Sou muda. Falo muito; Mesmo; Calada. Você me entende tanto que se nega e se cala, e, me pergunta demais. Meus traços se reflete nos seus. Seus gestos e jeito se descrevem em um prisma diante de mim. Meu manual é simples e prático demais para eu ser tão clara. Um reflexo. Como se isso me correspondesse de certa forma ao seu.
Controle Remoto
Enrolada debaixo do cobertor, naquela madruga. Não sentia frio, sentia falta. Falta só. Sem um objeto direto pra isso. Eu não sei dizer exatamente do que. Eu não queria mesmo saber. Talvez seja de está sozinha muitas vezes sem alguém pra dizer qualquer coisa. Esse é o preço que a gente paga pela liberdade. Ao mesmo tempo que você pode fazer tudo, ao seu alcance nem tudo está.
As vezes a gente sente vontade de se prender em algo ou em alguém. De novo. Não é tão objetivo assim, é só meu. Que eu guardo, que eu tenho, que eu me asseguro. Ainda. E mais, além do que um pensamento bobo, idiota ou incoerente, é algo que eu acredito. Acreditar é bonito. É subjetivo. E será óbvio. Isso é acreditar. Embora que doa, ter fé em alguma coisa é, se deixar ferir pra curar, é se deixar doer pra sentir, é se deixar partir pra voltar, ou pra dividir. O pensamento diz tão devagar. Sair e volta sempre pro mesmo lugar. A saudade aperta, mas é bom imaginar que daqui a uma semana estarei vendo aquilo que me faz falta hoje. Agora é rotina a espera na rodoviária. E ir embora é bom. A mala de mão pesa, mas não machuca. Saber que eu vou está aqui a semana toda é bom também. Voltar é melhor ainda. Viver agora é um embalinho de barco ou de berço. Poderia me trancar em pensamentos de outra epoca agora, mas a felicidade não me deixa. Despertar é preciso. Já não sinto mais medo. Já não sinto mais culpa. Já não sinto mais tanto. Tanto. Já estou ocupada o bastante para os meus dias e está sendo ótimo. Quero viver pra sempre assim, ocupadamente desocupada. Mente vazia o diabo faz a festa. Aprendi que saudade pesa, mas não mata. Que estar longe é bom pra dizer " nossa, estava morrendo de saudade de você". Não essa saudadezinha que a gente reproduz por ser bonitinha. Saudade de verdade. Nunca um "pra onde você vai?", "Aonde você está?", fez tanta falta. Dizer "mãe!" nunca foi tão bonito. Ouvir "que bom ver você" nunca fez tanto sentido.
O caminho é bem longo, ando devagar, caminhando com calma, a distancia nem me assusta mais, o medo está longe, esperar pra ir pra casa já é natural. Entrar no ônibus é tranquilizante, é me deixar levar. É levar-me. É me leva. Passo a maior parte do tempo sozinha comigo. Penso tanto que já nem penso mais. Me preocupo tanto que não fico preocupada. Aqui é calmo demais. Era tudo que eu precisava. Viver comigo e pra mim era o que eu deveria sentir demais de novo. Sozinha e bem acompanhada. Amiga virou sinônimo de mãe. Mais do que nunca, nos ajudamos, viver sem ela nunca teve tanto peso imaginar. Aqui nos fazemos soma, divisão e apoio, por mais que sempre tenha sido assim, aqui, é somente eu e ela. É acordar cedo demais e nem se importar tanto com a hora. Ver que ela está comigo no mesmo lugar como sempre foi, é a melhor parte do meu dia.
Está sendo tudo novo. E esse novo que antes me assustava, me faz bem agora. Conhecer tanta coisa e abrir ainda mais minha cabeça para as coisas que acontecem lá fora é surpreendente e maravilhoso. Me encontrei. Era tudo o que eu queria, está se encaixando perfeitamente em mim cada dia, como fio de lã, que me embola mas que me embala. Meu medo agora é outro. É do que está por vir, é do novo, de novo. Mas não importa. Aprender não se perde. Conhecimento se guarda e se acrescenta. Viver é assustador mas ainda sim é bom. E se me perguntassem, hoje, o que é amor, eu diria - é sentir saudades.
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