Até parece mentira. Acordei pela manhã para conseguir dar conta de tudo e assim quem sabe chegar lá o mais pontual possível. A viagem durou um pouco mais que meia hora e chegando lá ao meio dia de uma tarde de terça, pelo incrível que pareça, antes da hora marcada.
Achei tudo muito bonito. Desde o "Oi" com sotaque argentino até os detalhes todo, daquele ambiente que parecia muito comigo. As cores, os flashs, as lentes, imagens, fatos e fotos. A conversa quase que sem pausas deu-se por imediato, desde a subida pelas escadas. Parecíamos muito amigos. Pegou minha bolsa para que eu não subisse com peso, e eu, tão acostumada a me virar sozinha com as minhas coisas, fiquei surpreendida até para agradecer aquela pequena bonita gentileza. Que não foi a única, durante todas aquelas horas do dia que passamos. Eu o entrevistava interessada, ele também (perguntas normais do seu trabalho) e nas frases, embutia discretos elogios, e eu agradecia, achando tudo uma graça.
Logo depois chegou ela, que pelo telefone me prometera - mesmo estando tão ocupada aquele dia - que não me deixaria sozinha. Nem nos conhecíamos. Trocamos apenas algumas palavras pelo telefone - e já me dera de presente uma frase tão amiga. Distribuiria milhões de predicados aos dois, assim mesmo tão precoce -como se precisasse mesmo de afinidade e não de tempo, de aproximação e não de normas para se gostar de outra pessoa.
Ai me pego no texto que acabei por escrever esses dias, dessa coisa de destino e como a vida cruza os caminhos nos outros assim tão bem combinado. E olha que coisa, no meio da noite de ontem, recebi uma mensagem de um amigo que conheci uma noite na Lapa. Argentino também. Por horas ficamos jogando conversa à fora na mesa de uma barzinho, perto dos arcos. Também, tão gentil. (Parece que é de caráter comum da nacionalidade). Porém as coincidências não terminaram por ai - além de argentinos, uns amores e de conhece-los meio que assim, por acaso - os dois eram amigos! Parece até mentira, contando assim. Fiquei impressionada com a notícia na mensagem. Havia mais de um mês que não nos falávamos. Fiquei pensando como o mundo é tão pequeno. E as linhas parecem ser tão curtas que os caminhos se esbarram assim, tão facilmente.
Combinamos de nos encontrar os três, qualquer dia desses de um final de semana, todo amável disse que queria preparar algo bom para comer e bebida para nos receber e jogar conversa à fora, e marcamos assim sem hora e dia marcados também. Não que não será combinado, mas é que as ordens não tem mesmo hora certa para ser seguida ou cumprida, mesmo. A vida é um cálculo aproximado, e essa indeterminação nos leva a qualquer lugar e a se alcançar qualquer coisa. Coisa qualquer talvez além e acima de qualquer outra.
E como é engraçado essas coincidências, acasos e fatalidades, parece que a vida gosta mesmo dessa coisa sincronia. Só espera o momento certo para juntar tudo - por ser o momento a nos aguardar e não nós a aguardarmos o momento - e tudo acontece assim na hora certa por algum motivo, o quanto antes - na hora marcada, pelo incrível que pareça, que contando assim até parece mentira.

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