terça-feira, 21 de junho de 2011

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Um laço de fita vermelha desata. No final da fita tem uma ponta que se une a outra simplesmente. E tudo que é simples sobrevive meio que por meios, e se agarram meio que por liberdade - bem ou mal assim; num enleio. Nada é eterno e o laço nem sempre resiste - para sempre há de se precisar de dedos; dedos fortes, pacientes e calmos. E para todo o sempre há de se precisar. E mais do aquilo que enfeita, um laço torna tudo aquilo que amarra mais bonito. Mais que por acaso do que destino, um dedo sempre sabe como dar ou refazer um laço.

Uma fita, nada mais é do que linhas emaranhadas. E resiste, por meio de comunicação entre dois pontos. E as linhas, às vezes - mais por destino do que por acaso - se embaraçam uma nas outras, e os caminhos se cruzam assim - uma ponta oposta a outra, demarcada por dois lados de um jogo no sentido do comprimento que se cruza e se une. E assim como num jogo - procuram azar ou sorte.
E eis a graça de contar com tudo aquilo que não é preciso, como um jogo de azar que se conta com a sorte, mais por acaso do que destino, de tudo aquilo que não é preciso - a vontade de serem um só, enlaçados.

Nem todo nó se faz um laço. Mas no começo de todo laço há um nó que une uma coisa qualquer a outra, pela ponta. Numa combinação de circunstâncias ou de acontecimentos que se prende. Por azar ou sorte; Fita de acasos e destinos, que se amarram por um laço.
Eternamente há de se precisar de dedos. Para daqui pro futuro há de se precisar. O laço desata, por bem ou por mal e às vezes acaba sempre que começa; porque nunca termina - pois em todo laço há um nó que segura e não cede, e os espaços se preenchem uns nos outros, e os caminhos se esbarram assim - mais por destino do que por acaso.

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