De fato existem dias que você acorda sem vontade nenhuma, de coisa alguma, sem nada na cabeça e faíscas no coração. Faíscas que por tão mínimas pode se consideradas coisa nenhuma também. Há semanas que estou me sentindo assim, sem vontade nenhuma de nada. Tudo está tão igual todos os dias, tão repetitivo, tão sem grandes feitos ou emoção. Às vezes tenho vontades súbitas de ligar pra algumas pessoas, de dar sinal de vida aqui pra ver se alguém me enxerga lá do outro lado, fazer uma fogueira no meio desse meu nada, pra ver se alguém ver meu sinal de fumaça e me encontre aqui perdida que eu estou dentro de mim. De repente, assim, quem sabe, encontrar alguém ou alguma coisa que transforme ou mude alguma coisa nesses dias. Mas não queria chamar a atenção. Não queria fazer tanto fuzuê. Na verdade eu não quero ou queria fazer nada e tanto faz se esses pensam em me ligar também ou queira que eu note seus sinais de fogo para que eu os encontre, também. Eu só queria que um ouvisse e desse atenção demasiada a esse silêncio instalado há semanas aqui dentro. Apenas. E estaria de bom tamanho.
Não sei, talvez seja muito drama em cima de nada. É, literalmente, é exatamente isso. Deve ser carência ou TPM fora de época. Mas confesso que, tudo que eu mais queria hoje, e nos outros dias, era que todo mundo resolvesse me ligar e dizer que estava com saudades, que estava pensando em mim ou simplesmente: “Oi, tudo bem?” seguido de um “Nada não só liguei pra isso mesmo.” É que essa semana aconteceu tudo ao contrario. Nada aconteceu. E eu senti muita falta disso tudo e de todo mundo. Perdoe essa minha crise dramática, esse ataque de mulherzinha carente, eu odeio essas coisas, mas chega uma hora que tudo cansa e que se eu não gritar de alguma forma fica tudo preso e guardado aqui dentro e nada passa ou alivia. Dispensaria escrever tudo isso, queria mesmo era gritar, me esgoelar e tentar acabar com tudo, mas prefiro fazer isso de uma maneira mais sutil.
Essa semana, senti falta, falta de pessoas que eu nem pensei que sentiria e de outras que vi, falei e no segundo seguinte que dei as costas deu vontade de voltar correndo. Falei com um monte por msn e queria tanto que tivessem perto e me ouvissem, não que lessem as coisas que eu escrevia. Eu queria dizer tanta coisa pra tanta gente essa semana. Queria que esse mesmo tanto de gente me dissesse tantas outras coisas mais. Mas nada aconteceu, nada de mais aconteceu. Meus dias estão vazios e meu coração faz-se o mesmo. Sinto-me terrivelmente vazia. Ás vezes odeio esta vida, estas paredes, essas caminhadas de casa para a aula, da aula para casa, esses diálogos vazios, odeio até este "diário", que não existiria se eu não me sentisse tão vazia. Odeio todo esse drama que eu estou fazendo, mas nem só de êxtase se vive, e nem vou fingir ou forjar emoção, estou apenas sendo sincera comigo mesma.
Muitas vezes disfarçamos nosso abandono com tantas frases ousadas e sem verdade alguma quando na verdade a gente gostaria de dizer mesmo, é: segura a minha mão. A gente quer e não quer o tempo todo. E pra mais uma vez ser sincera, admito que não sei aonde eu quero chegar dizendo essas coisas. E mais uma vez insatisfeita tento encontrar um desfecho, pra esse vazio do texto e o meu, que eu estou tentando a dias terminar, e só chego a conclusão de que o nosso desejo mais secreto quase sempre é secreto até para nós mesmos.

Eiii, não se sinta vazia, to aqui pra te encher de alegria. Te amo boba :)
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